A grande maioria dos usuários das redes sociais, em algum momento, já utilizou aquelas imagens bonitinhas para ilustrar a comunicação seja por texto ou imagens. Os mais experientes, utilizavam (ou ainda utilizam) pelo teclado os emoticons. Já os mais novos, não deixam de usar os emojis. Em ambos os casos os profissionais de marketing, principalmente, analistas de tráfego se favorecem disso para impactar você de forma mais assertiva. Isso mesmo, não se espante, mas seus sentimentos estão sendo monitorados.
Existe diferença entre emoji e emoticon. Os emojis são ideogramas criados no Japão em 1998. Suas imagens se popularizaram pela adoção nos Iphones e, em seguida, o Android também aderiu a febre japonesa. Já os emoticons, são elementos criados para expressar sentimentos a partir da digitação. Os Emoticons, que são a junção de emoção e ícone (em inglês), foram utilizados pela primeira vez em 1953 em um texto do jornal New York Herald Tribune. Utilizam os caracteres do teclado para expressar sentimento. Basicamente a diferença é que os Emojis são imagens que foram criadas e inseridas nos sistemas enquanto os Emoticons são expressões digitadas.
Na coluna Vida Digital do dia 28 de janeiro, estive conversando com minha amiga Carla Arantes sobre esta intrigante área da Computação chamada de Análise de Sentimentos e seus impactos em ações de Marketing.
Sentimentos no Marketing
Outra explicação importante é entender que a transformação de necessidade em desejo é a principal função do Marketing. Isso significa que quando está com fome, temos uma necessidade. Quando escolho Sushi, por exemplo, estou desejando algo específico que nosso cérebro realizou uma escolha por conta das campanhas de Marketing ou memória afetiva, prazerosa, entre outras vertentes.
A partir do momento que você escreve em uma rede social que está com fome e utiliza um emoji de uma pizza está muito claro qual seu desejo. Com isso uma pizzaria poderia impactar você diretamente com anúncios de uma ação promocional de uma pizza bem gostosa e quentinha com borda recheada de chocolate.
Certos emojis expressam sentimentos ambíguos (ex. Coração). A partir de inteligência artificial as campanhas podem prever que efeito será utilizado na campanha. Isso de forma positiva, negativa ou neutra, por exemplo. Na língua portuguesa é muito comum falarmos uma expressão que tecnicamente seria positiva mas o sentimento que ela foi utilizada é negativo. Por isso existe toda uma vertente da Computação que é denominada “análise de sentimentos” para gerar relatórios de redes sociais, por exemplo.
Em 2016 o Twitter já apresentava relatórios detalhados sobre utilização de emojis em postagens e comentários. A partir destes, era só programar a máquina que dispara as campanhas e sair pra tomar seu cafezinho com calma. Por parecer loucura mas não é. Estamos sendo analisando o tempo inteiro.
Os sentimentos de Donald Trump
Em 5 de Janeiro de 2017 Donald Trump fez uma postagem no Twitter criticando a Toyota por estar construindo uma fábrica na cidade de Baja, no México, para montar os carros modelo Corolla que seriam comercializados nos EUA. Basicamente Trump disse que deveriam montar a fábrica nos EUA, caso contrário, na opinião dele deveriam pagar mais impostos. No dia ocorreu um número significativo de postagens ligadas a Toyota, muito acima do normal. O ponto importante é que a partir da análise de sentimentos, não apenas por emojis, percebeu-se que este post do Donald Trump fez com que milhares de pessoas fizessem postagens com sentimentos negativos contra a Toyota.
Entendendo a repercussão negativa percebemos que a Toyota poderia fazer um filtro e lançar uma campanha para reforçar a imagem positiva em seu público e agir para estancar os que consideraram ruim essa medida de construir a fábrica no México.
Existem debates sobre o uso destes recursos em campanhas publicitárias. Por um lado, quando instalamos um softwares e criamos uma conta para uso neste, nos “termos e condições” que aceitamos existem clausulas claras informando do envio de informações ao fabricante. Diante disto, existe consentimento nosso de que nossos dados e, consequentemente, sentimentos são públicos e podem ser utilizados por eles. Por outro lado, muitas organizações afirmam que isto é uma prática abusiva por se valer de questões psicológicas para impactar um determinado público.
Sentimentos usados no Neuromarketing
Vale frisar que existe uma vertente chamada de NeuroMarketing que se debruça em estudos sobre o aumento dos impactos em campanhas. Existem pós-graduações focadas exatamente neste tema se baseando em ferramentas de persuasão como, por exemplo, os gatilhos mentais.
Resumindo, não pense que estamos falando de algo novo. Em 2009 o jornal Financial Times já utilizava algoritmos de análise de sentimento para entender o humor do seu público ao ler as notícias financeiras. A dica é que você tenha cuidado com o que fala ou escreve, caso contrário, deixe de usar seus emojis 🙂
Cada vez mais teremos situações onde a computação estará contribuindo com diversas áreas do conhecimento. A análise de sentimentos pode ser amplamente utilizada, por exemplo, para avaliarmos se uma pessoa está predisposta ao suicídio. São inúmeras intervenções possíveis.
Com a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) possivelmente teremos um controle maior dos dados e, consequentemente, destas campanhas tão invasivas. Esse assunto, como demonstrado, não é tão novo mas está muito mais ativo hoje em dia.
Seus sentimentos não são brincadeira. Certinho?
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