Cada vez mais surgem novos criadores de conteúdos e influenciadores digitais, sejam eles particulares, informais, ou direcionados, segmentados em um nicho. Contudo, a internet permitiu que de dentro de suas casas ou onde quer que estejam, pessoas de todas as idades e culturas possam compartilhar ideias e influenciar outras pessoas. A influência pode acontecer sobre seus estilos de vida, o que consomem, como se relacionam, entre tantos outros assuntos. Com isso, independente do seu papel social e de sua profissão, qualquer usuário passou a ganhar notoriedade e ser visto como um influenciador digital, através das redes sociais. Seja de forma direta e orgânica ou por meio de simuladores.
Na coluna Vida Digital do dia 03/03/2020 falamos sobre o influenciador digital. Você pode assistir o vídeo abaixo da exibição da coluna ao vivo.
A princípio, existe uma diferença entre o usuário comum e o influenciador. O primeiro está na rede apenas para consumo e disseminação de conteúdo próprio. O Segundo utiliza de seu alcance e relevância para construir pontes com marcas, público consumidor e outros influenciadores. Porém, nem sempre essa divisão acontece de forma intencional, porque a partir do momento que nos colocamos nesta vitrine, podemos estar influenciando alguns poucos seguidores que nos seguem.
Em uma pesquisa divulgada no Instituto de Pesquisa Provokers de 2016, uma pessoa é considerada influente, para além do seu número de seguidores em suas redes, quando apresenta qualidades como autenticidade, originalidade, senso de humor e inteligência. De acordo com a pesquisa, essas qualidades representam 54% do que eles chamam de “peso” dessa influência. Logo, o que se percebe é que o mito do influenciador que é famoso, artista e ou com um número alto de seguidores. O que a pesquisa demonstra é que compete com a originalidade e a desenvoltura de internautas pouco conhecidos.
Quem pode ser influenciador digital?
Todos nós queremos ser vistos. A internet, e consequentemente as redes sociais, permitiu que dentro daquele sistema cibernético houvesse um espaço para sermos elogiados, vistos e achados por outras pessoas. Com isso, para que estejamos sempre em relevância, precisamos acompanhar os algoritmos das redes que nos dizem para estarmos sempre alimentando e postando neste universo. Ativos, podemos ser direcionais, com intuito de buscar impactar a vida dos nossos seguidores através de mensagens, serviços ou apenas com os recursos que os meios permitem como imagens, por exemplo.
De fato, ser um influenciador em tempos de maiores facilidades para chegarmos em alguém com nosso conteúdo não é difícil. Porém, a tarefa também não é fácil visto que o número de pessoas nas redes aumentou significativamente. E, com as vantagens que a influência pode trazer, como estar conectado e trabalhar com grandes marcas, a corrida pela oportunidade de ser visto também aumentou. Afinal, quem não quer ser uma celebridade e poder receber produtos gratuitos de uma marca?
Como acontece na prática?
Seja qual for seu projeto, quem está na internet quer melhorar seu posicionamento. Para se tornar um influenciador digital ou uma pessoa de grande notoriedade, independente do conteúdo que produz, afinal atualmente somos definidos pelo número de seguidores temos e o quanto estamos presente neste universo. Para isso, nossos comportamentos devem mudar para que consigamos atingir ao máximo características que possam nos levar ao grande reconhecimento e contribuir com a engrenagem da criação de conteúdo em rede.
São comportamentos como:
- Clareza e objetividade no conteúdo;
- Qualidade de imagem e som;
- Conteúdo original;
- Autenticidade e realismo;
- Domínio do conteúdo;
- Postagens diárias;
- Utilizar recursos para direcionar melhor o conteúdo.
Em suma, um influenciador digital é uma pessoa que se populariza por expressar suas opiniões, conceitos e por gerar algum tipo de conteúdo. Sua relevância, nas redes sociais ou em algum meio de comunicação, está baseada nessa nessa construção. Qualquer pessoa pode influenciar, porém é preciso descobrir o seu potencial e identidade para poder investir e se desenvolver como profissional. Aos poucos você vai descobrindo o que atrai o público e o que agrada as pessoas. E, claro, para ser um influenciador é necessário fazer um planejamento e organizar o tipo de conteúdo que será exibido, onde será publicado entre outros.
O papel do influenciador digital e o poder do simulador
Se tratando de marketing digital, as marcas buscavam artistas, como atores e cantores para levar seus produtos ao grande público que acompanham essas celebridades. Porém, essa perspectiva lida hoje com a concorrência das subcelebridades que cresceram através de canais no Youtube ou até mesmo pelo Instagram. Além dessas novas figuras que também reconfiguraram a forma de consumo, as marcas buscam ainda pessoas que exercem algum tipo de influência nas redes sociais e por causa disso atingem inúmeras pessoas.
Com a inclusão desses novos influenciadores, há um espaço para horizontalização das marcas que conversam com públicos de diversos perfis e utilizam de diferentes estratégias. Esse tipo de influenciador possui baixo alcance e ressonância média, porém conta com relevância alta. Isso se trata de pequenos influenciadores que fazem conteúdo segmentado mas que possuem o olhos de empresas específicas.
No geral, o ideal é que o consumidor se identifique com a vida e os princípios de quem utiliza um serviço ou um produto de determinada marca, fazendo com que sinta a necessidade de comprar e contratar algo de sua empresa. O papel de quem influencia é se aproximar da realidade do outro e fazer com que se veja na tela do celular e do computador, desfrutando daquela marca.
O influenciador precisa ter compromisso com seu público
Além de vender, o influenciador pode ter uma mensagem ou um ensinamento que gostaria de compartilhar com seu público e, não só isso, fazer com que esse público siga suas percepções e se encontre também em suas palavras. Há ainda o influenciador que tem em sua redes o poder de levar os seus seguidores a um novo modo de vida. Esses são conhecidos como lifestyles, geralmente pessoas ligadas ao esporte, exercícios físicos, moda e alguns hobbies. Nesse caso, compartilham suas rotinas e geram interesse do público que os seguem.
Independente do que buscam, os usuários também influenciam seja um grupo de 10 amigos ou centenas de pessoas que assistem seus stories no Instagram, por exemplo. Essa grande corrente faz parte de um ecossistema onde não é a ação de de apenas um influenciador, mas sim de um conjunto de influenciadores dentro de um nicho que podem promover uma mesma marca.
Tipos de influenciadores digitais
Há dois anos, subimos uma série de vídeos no Youtube em que um deles falamos dos de 7 tipos de influenciadores digital que existem. Analisamos aspectos como alcance, relevância, ressonância e awareness, baseados em um artigo do Youpix, plataforma digital focada em discutir a cultura da internet e como o jovem usa a internet para criar movimentos culturais, sociais e informação. Observamos as diversas personalidades digitais e como elas têm mudado a forma como as empresas se comunicam com o seu público, por exemplo. Neste vídeo, falamos sobre esses grupos se comportam e o que buscam na internet. São eles: Top Celebs (como o Youtuber Whindersson Nunes), Autoridades, Influenciadores de Ecossistemas, Influenciadores Locais, entre outros.
Botnet: seja um influenciador digital agora mesmo
Em janeiro deste ano, a revista americana Wired, focada em tecnologia, ciência, entretenimento, design e negócios, publicou um artigo sobre o Botnet. A ferramenta é uma rede social preenchida inteiramente por bots, ou robôs, que tem como objetivo imitar a experiência de ser uma celebridade online ou um influenciador digital. A rede traz uma experiência no mínimo curiosa mas que atua como um simulador de experiências sociais quase reais. A ferramenta é gratuita e se assemelha ao feed de notícias do Facebook e do Instagram.
Porém, o realismo é apenas simulado, uma vez que o essa interação social é falsa. O Botnet parece um feed de notícias do Facebook despojado, onde as únicas postagens que você pode ver são as suas. Nesse caso, o egocentrismo é atenuado e a única intenção é receber curtidas, comentários e interações sociais ainda que não sejam boas.
A ferramenta não tem intuito de buscar parcerias ou até mesmo vender um serviço. Nesse caso, a ideia foi projetada para simular ao usuário uma experiência de “super celebridade” na internet. A rede social busca ainda levar o esse usuário a um patamar tão alto que se assemelha a pessoas como Kylie Jenner ou Cristiano Ronaldo. Intuitivamente, o aplicativo funciona como outras redes, a partir da publicação de uma foto que logo recebe centenas de milhares de curtidas, não importa o quão banal seja o assunto, não importante a qualidade ou a intenção de quem usa a rede. A experiência pode ainda ser “melhorada” com a possibilidade do usuário pagar para receber mais comentários positivos ou negativos.
Botnet x segurança
O termo botnet está associado também à segurança (ou a falta dela) isso porque a palavra é uma junção das palavras bot, de robot (robô) e network (rede). Traduzindo, significa “rede robô” ou “rede de robôs”. Aqui o termo se refere a uma rede de computadores, aparelhos móveis e dispositivos diversos conectados à internet, que foram infectados por malwares para receber comandos do hacker que desenvolveu o código malicioso.
Cada “rede de robôs” pode ser formado por centenas, milhares ou até milhões de dispositivos conectados. O hacker, que controla a rede através do malware que usou para infectar, os aparelhos envia comandos à rede para executar diversas ações, como distribuir mais vírus e malwares pela internet, invadir domínios protegidos, roubar dados dos usuários infectados ou executar ataques massivos.
Em sua forma, é necessário estabelecer uma rede de terminais que vão atuar juntos, eles vão de computadores a aparelhos móveis, roteadores e dispositivos. Para os botnets, estes são alvos fáceis graças a falhas de segurança, ligadas ao comportamento dos usuários de não cuidarem atentamente de suas senhas, preferindo usar tais gadgets com as chaves padrão de fábrica.
De todo modo, tanto na rede social quanto na “rede de robôs” infectados por malwares, a premissa em utilizar uma espécie de troll para gerar engajamento e interação é a mesma. A ideia ainda reunir centenas de “pessoas” para um objetivo na internet, seja ele bom ou ruim.
Trolls “amam” o influenciador digital
Os trolls e os influenciadores digitais podem estar na mesma condição: o de provocar e partilhar sentimentos, elogios e informações com outros usuários. Por um lado, o troll, geralmente, é uma pessoa que tenta a todo custo chamar atenção seja com brigas ou incomodando as pessoas na internet, seja por diversão ou para alguma ganho em específico. O influenciador, por sua vez, também quer ser visto e busca ser reconhecido seja por um trabalho ou pelo comportamento que propaga nas redes sociais. O que também nem sempre é positivo.
Contudo, os trolls aproveitam publicações e vídeos com bastante repercussão para fazer comentários e, assim, se tornar o centro das atenções. Em linhas gerais, eles são pessoas desocupadas que precisam preencher seu tempo “causando” em posts alheios. Geralmente, seus comentários mudam o foco da publicação original. Quanto mais usuários interagirem com os comentários de trolls, mais eles se sentirão importantes.
O que são haters?
E ainda existem os haters que fazem parte desse ecossistema cibernético onde ser influenciador pode partir de um grande número de seguidores que amam o conteúdo produzido pelo usuário ou o odeiam. Ser influenciador carrega dentro de sua possível originalidade e autenticidade as críticas de quem não está feliz com o que está consumindo. A influência é uma parte de toda construção do ser visto, acompanhado e seguido por tantos. Há nas redes comuns, robôs, haters e seguidores naturais que podem validar ou não o papel de quem busca a oportunidade de influenciar.
Seja no Facebook ou no Instagram, há outros tipos de mecanismos utilizados que tem a intenção de promover uma publicação ou de induzir a massa a acreditar que aquele usuário é uma autoridade. Na maior parte do tempo, isso é medido pelo número de seguidores e os antigos likes, que agora não podem ser mais vistos. Para as empresas, ou até mesmo quem busca um serviço, o importante é que o influenciador digital consiga alcançar um número alto de pessoas e que provoquem nelas a necessidade de fazer parte daquele universo. Claro que esse alcance precisa ter qualidade, afinal nem sempre é possível driblar o sistema com simuladores digitais. Apesar de muitos mecanismos, o ideal ainda é fazer um conteúdo puro e original que faça sentido para quem produz e seja admirado por quem consome.
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