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Economia criativa 4.0: Entrevista com André Araújo

Economia 4.0: Entrevista com André Araújo

Nesta semana, você acompanha um bate papo com André Araújo, responsável pela gestão do Porto Digital. Afinal, o mundo está vivenciando pela primeira vez, em tempo real, uma revolução industrial que permeia a economia criativa. Eu te pergunto: Você está preparado para este desafio? De certo, este movimento não tem mais volta, daí surge a expressão: O mundo não gira ao contrário. Este ano, tive a alegria de publicar um trabalho cheio de reflexões, conhecimento e descobertas do período mais perturbador da história da humanidade.

O livro “Economia Criativa 4.0 – O mundo não gira ao contrário” é resultado de um processo intenso de aprendizado e imersão. O mundo mudou seu curso; as pessoas mudaram a forma como se relacionam umas com as outras e como interagem com ambientes em torno. Vivemos agora, em um momento de mudanças radicais, chamado de 4ª Revolução Industrial que muda todos os aspectos de nossas vidas, negócios, da economia e da sociedade.

Com isso, convido você a mergulhar comigo nessa jornada. Vamos conhecer e passar por lugares que estão no livro e que fizeram parte da construção dessa caminhada. Nas páginas do Economia Criativa, e nesse primeiro momento, vamos à Olinda. Afinal, muitos conceitos e exemplos estarão ligados à cidade pernambucana. Mas esse não é um assunto de nicho regional.

Vamos em Frente!

  • Uma revolução em tempo real
  • Entrevista com André Araújo
  • Quem é André Araújo
  • Conheça o livro

Entrevista com André Araújo

Na semana passada, conhecemos Cláudio Nascimento e a sua contribuição para a cidade de Olinda. Olinda é um exemplo dentro dessa revolução, mas o assunto vai além do regional. Contudo, durante essa imersão, aproveitamos para conversar com pessoas importantes tanto no processo do livro quanto no processo real do qual estamos vivenciando e nos adaptando. Tive o prazer de conversar com o responsável pela gestão do Porto Digital, em Recife, André Araújo.

Toda semana, você vai acompanhar aqui uma série de vídeos com imagens, insights e entrevistas que podem nos ajudar a compreender o cenário atual que atinge o mundo todo.

Estamos vivenciando rupturas como inovação exponencial, período de extinção em massa, excesso de consumo, nova era econômica, mudanças climáticas e nova realidade. São tempos extraordinários e o livro é uma espécie de guia para se descolar neste universo criativo e em constante mudança.

Confira abaixo o vídeo:

Qual o papel que vocês têm no desenvolvimento do conhecimento e diversificação de possibilidades a população em Pernambuco.

André Araújo: Primeiro, obrigado, Vinnie. Obrigado pela oportunidade de estar falando com vocês. O Porto Digital surge com o objetivo de realizar impacto econômico, de desenvolver novas empresas, de gerar uma economia nova para cidade e para região, mas o processo de fazer isso é muito mais complexo do que simplesmente disponibilizar um espaço e fazer parcerias com universidades para desenvolver novos negócios.

E isso não é uma equação, isso não é um processo linear, essas coisas são extremamente orgânicas e a gente está há 20 anos nesse caminho. Então, quando a gente começou com o parque tecnológico, a gente achava que isso aqui ia ser um ambiente bem sucedido, que ia trazer grandes empresas para cá, fábricas de softwares porque a gente estava no mesmo fuso horário que Nova York. A gente tinha de fato uma base acadêmica muito poderosa na UFPE e na região nordeste, da qual a gente poderia construir uma base de capital humano extremamente competitiva em termos de capacidade versus custos. Mas assim, nada funciona só dessa maneira.

André, e como se deu esse crescimento?

Bom, no começo, a gente achava que viria IBM, Microsoft, grandes empresas indianas. A gente estava olhando mundo para o modelo indiano de fábrica de software e descobrimos que a banda não tocava desse jeito . Como diria Dadá Maravilha: Na prática, a teoria é outra. A gente descobriu que o sistema necessário para construir tudo isso é muito mais sofisticado, muito mais complexo.

Primeiro, começamos com alguns acertos. Logo, o de ter escolhido montar o Porto sem ser em lado onde ficam as universidades, numa área isolada da cidade. A gente escolheu estar no coração de Recife, uma área degradada sim, mas o porto está no Marco Zero da cidade, onde o carnaval acontece. Escolhemos não está dentro de um portão fechado. A gente é urbano, a gente é aberto. Eu diria que quando tomamos essa decisão, plantamos a semente para o sucesso.

Em 20 anos, a gente saiu de duas empresas para 350 negócios. De 42 pessoas para 12 mil pessoas. Esse conjunto de 350 empresas é responsável por quase 10% do ISS de faturamento da prefeitura do Recife ano passado. Isso com desconto de 60% no ISS pela legislação de apoio e suporte ao Porto Digital. A gente já provoca um impacto significativo na economia. E, apesar de ter chegado nesse número de empresas agora, em 5 anos vamos dobrar de tamanho. Estamos falando de mais de 20 mil pessoas, mais de 600 empresas, um faturamento agregado perto de 1 bilhão de dólares. E isso é muito se considerarmos que estamos no Nordeste.

Quando você traz as pessoas que pensam para perto, as transformações são muito maiores do que montar um shopping center. É um volume completamente diferente.

André Araújo: É um ambiente de inovação que vai construir negócios com custos de salário médio infinitamente maiores, e cujo o valor gerado é maior ainda. O parque existe para prover soluções de valor, usando tecnologia como provedor de escala. Vale importante lembrar que inovação não é invenção, inovação é negócios. É valor novo que substitui valor anterior, gerando margens maiores, gerando mais impacto em todos os aspectos. E é isso, de certo modo, que estamos fazendo aqui. O nosso núcleo que é uma organização social e que existe para desenvolver e tocar a política de desenvolvimento de Recife não existiria sem o governo de Pernambuco, sem parcerias e iniciativas privadas. Apesar disso, somos uma entidade independente, não somos governo.

Nós somos tripa hélice na veia. O motor de propulsão da informação aqui tem três hélices e elas são a academia, a indústria e o poder público. Em suma, estamos atuando de maneira consertada.

Quais são as próximas direções que vocês imaginam para que seja desenhado todo esse ecossistema?

André Araújo: Bom, continuamos sendo um parque sem teses de investimentos. A gente não tem restrição para o tipo de negócio que fazemos aqui dentro. Para você ter ideia, o Mister Plot que faz o desenho animado Mundo Bita foi empresa incubada nossa. Então, assim, nós não temos isso. Primeiro, a gente continua de braços abertos a todo tipo de negócio que se propõe inovador, estamos olhando muito para impactos sociais e desenvolvimento sustentável, não somente para empresas mas também para os programas de empreendedorismo daqui de dentro e para o Parque. Nós somos uma instituição de impacto. Estamos trabalhando para apoiar e suportar esse crescimento acelerado que está vindo e que já está rolando, mas que precisa acelerar mais ainda.

Se a gente quer dobrar de tamanho, o nosso caminho crítico é gente, pessoas. Por muitos anos, o Porto Digital teve foco em qualificação na área de pessoas e colaboradores que já trabalharam no Parque Tecnológico. Agora, estamos passando a focar na demanda real por mais pessoas qualificadas disponíveis para trabalhar no Porto Digital. A gente tem hoje mil vagas por aqui, mas eu diria que se tivéssemos dois mil bons currículos, a gente teria empregabilidade imediata de profissionais na área de tecnologia.

Pernambuco tem um número enorme de cursos e qualificações nessa área, mas muitos deles não tem qualidade suficiente para um aluno sair graduado e vir trabalhar numa empresa aqui. A pessoa teria que passar um ou dois anos em formação. Em outras palavras, os cursos não são bons o suficiente. O porto Digital está trabalhando com um conjunto de instituições privadas para poder entregar cursos com empregabilidade imediata.

Como esses cursos devem atuar?

André Araújo: Estamos vendo o número de profissionais desempregados, principalmente engenheiros, que saem das instituições despreparados. Eles já tem os fundamentos para se tornarem decodificadores, então a nossa missão é trabalhar com cursos de qualificação rápida de desenvolvedores. São cursos de 3 a 6 meses ofertados por parceiros com o objetivo de atender o crescimento que buscamos no Porto, para trazer suporte. E, segundo, mudar a economia da cidade, aumentar a empregabilidade, salários mais altos.

No momento que a gente faz isso, trabalhamos para mudar a economia e mudar o cenário na cidade. E mais, estamos trabalhando também para incluir outras demografias dentro do Porto Digital. Você sabe que o ambiente dentro da tecnologia de informação, em geral , ele é essencialmente masculino, branco e de classe média alta. Se a gente quer ter a escala que a gente pensa e se a gente quer transformar o mundo como planejamos, não podemos ser esse pequeno mundinho. Temos hoje um programa de empoderamento e proteção e inserção da mulher dentro do Porto, o programa MINAs.

E, temos também uma iniciativa crescente que é o projeto Porto + que é para o público LGBTQ+, além de programas de empreendedorismo para comunidades de baixa renda em parceria com o consulado britânico. A história da gente de mudar isso aqui é de verdade. E não é mudar pequenos grupos, é mudar todo mundo.

Quem é André Araújo?

André Araújo, Gestor de Projetos do Porto DigitalConheci André Araújo através do Cláudio Nascimento, e a contribuição que ele traz nessa entrevista e no que propõe a fazer na gestão do Porto Digital que abriga hoje 300 empresas e instituições dos setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Economia Criativa (EC) e Tecnologias Para Cidades. Assim, o parque conta com três incubadoras de empresas, duas aceleradoras de negócios, seis institutos de pesquisa de desenvolvimento e organizações de serviços associados, além de diversas representações governamentais.

André está a frente junto com uma equipe administrativa do parque que também conta com uma instituição de ensino superior, o C.E.S.A.R School, iniciativa do C.E.S.A.R – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, considerado por duas vezes a melhor instituição de Ciência e Tecnologia do País pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP). O Porto Digital possui ainda uma unidade avançada na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco.

Conheça o livro!

O mundo está vivenciando pela primeira vez, em tempo real, uma revolução industrial que permeia a economia criativa. Eu te pergunto: Você está preparado para este desafio? De certo, este movimento não tem mais volta, daí surge a expressão: O mundo não gira ao contrário. Este ano, tive a alegria de publicar um trabalho cheio de reflexões, conhecimento e descobertas do período mais perturbador da história da humanidade.

O livro “Economia Criativa 4.0 – O mundo não gira ao contrário” é resultado de um processo intenso de aprendizado e imersão. O mundo mudou seu curso; as pessoas mudaram a forma como se relacionam umas com as outras e como interagem com ambientes em torno. Vivemos agora, em um momento de mudanças radicais, chamado de 4ª Revolução Industrial que muda todos os aspectos de nossas vidas, negócios, da economia e da sociedade.

Com isso, convido você a mergulhar comigo nessa jornada. O livro é fruto de uma pesquisa realizada durante dois anos sobre um novo movimento mundial. Para as pessoas antenadas com as revoluções tecnológicas, sociais e econômicas o termo revolução industrial já faz parte das rodas de conversas. O livro já está disponível! Vai ser uma honra compartilhar desse bate papo com você.

 

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Fique ligado! Toda semana teremos um momento especial aqui no blog e no Youtube voltado para o livro. Assim, nos próximos encontros, vamos acompanhar entrevistas com outros nomes importantes no processo criativo do livro e que são personagens fundamentais na cidade Olinda. E não para por aí! Estamos apenas no primeiro capítulo, a ideia é te levarmos para dentro do livro e que você entenda a partir de que cenário, desenvolvemos um material super atualizado sobre a revolução que estamos vivenciando.

Em suma, como educador e jornalista, trago o que tem de mais novo e bem apurado sobre o assunto. Vamos trocar figurinhas? É muito importante ter sua contribuição! E, claro, em caso de alguma dúvida, entre em contato. Juntos, vamos entender como a revolução 4.0 está influenciando nações e decisões em todo o mundo.

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